Foto: Bumba-meu-boi de Riacho da Onça.
No interior, o bumba-meu-boi era presença certa em ocasiões próprias e festivais. É um auto popular introduzido entre nós pelos colonizadores europeus.
Em Queimadas, desde épocas remotas, esta brincadeira era praticada fazendo parte do folclore do seus povo. Antigamente saía às ruas no mês de Janeiro - período de Reis - a partir da meia-noite, visitando famílias com acompanhantes que participavam da folia com palmas, pandeiros, chocalhos e cantorias, invocando os donos da casa que abriam as portas para receber os figurantes.
Basicamente, o bumba-meu-boi se compõe de uma armação feita de ripas ou de papelão grosso, recoberta com pano estampado ordinário, encimada por uma cabeça de boi ou de vaca, com os seus respectivos chifres. Debaixo da armação que imita o corpo de um boi, se intromete o "tripa", nome dado ao homem que a conduz por toda a parte, dando-lhe animação e movimentos.
O bumba-meu-boi sobreviveu em Queimadas até início dos anos oitenta do século passado, graças aos esforços de Zé Grosso que, apesar de alquebrado pela idade, ainda promoveu apresentações desse auto pastoril.
A cantoria do bumba-meu-boi organizado por Zé Grosso se desenvolvia em torno desses versos:
A chegada nesta casa
há uma formosa bandeira
nela bem "arretratada"
a mãe de Deus verdadeira
Cantar Reis não é defeito
é coisa que Deus deixou
São José com Santa Maria
foi quem primeiro cantou...
Tudo tão simples, tão ingênuo, porém bastante belo.
Nonato Marques, in Santo Antônio das Queimadas. pag.212/213
Atualmente, a tradição do bumba-meu-boi praticamente desapareceu no município de Queimadas, restando ainda, fortemente preservada, na comunidade de Riacho da Onça, que leva o bumba-meu-boi para se apresentar em diversos eventos culturais pelo município.
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