Foto: Residência onde viveu o Sr. Unbelino Santana- Queimadas- Bahia.
A INTRODUÇÃO DA CULTURA DO SISAL EM QUEIMADAS
(...) Umbelino Santana nos conta a sua história, o que fazemos com a
adaptação textual do seu próprio relato: " Em 1939, chegava em meu
depósito comercial um freguês, trazendo-me como presente um pequeno
molho de fibras de sisal. Foi a primeira vez que vi tão valiosa fibra.
Ao receber o presente, procurei destacar um fio, enrolando-o nos dedos e
procurando partí-lo, mas não consegui. Foi aí, neste exato momento, que
me lembrei da linha da Pedra, de Delmiro Gouveia, o pioneiro da usina
de Paulo Afonso. De imediato senti que a lavoura de sisal seria a
salvação do Nordeste e, sem perda de tempo, solicitei de um freguês
amigo, João Marques, para conseguir alguns bulbilhos, que eu compraria.
Oito dias depois, João Marques já me trazia 8 sacos de aniagem cheios de
bulbilhos ( varga de dois jumentos) e a partir do dia seguinte, em
companhia de um trabalhador, já estava eu numa rocinha à margem do rio
Itapicuru, preparando viveiros, adubando, plantando e molhando os
bulbilhos. O serviço carecia de água e, por isso, adquiri uma bomba
manual com tubulação suficiente para irrigar os viveiros já existentes e
outros muitos que seriam plantados.
Com a aquisição dos bulbilhos e algumas mudas resolvi, então, plantar uma área que correspondia a 40 tarefas, aproximadamente.
Ao ter conhecimento do plano do governo que se propunha a plantra em
Nova Soure milhões de pés de sisal, o Agrônomo Darci Duque Catão, que,
naquela época, residia em Queimadas, convidou-me para, em sociedade
plantarmos um milhão de pés. Topei a parada. Sucede, porém, que a área
requerida teria que ser muito grande e, ainda, segundo o Agrônomo Catão,
teria de dispor de água, pois - dizia ele - que na colheita do sisal se
precisava de muita água, o que era fácil de encontrar além dos limites
do rio Itapicuru.
Catão desistiu do projeto, mas, não obstante as
ponderações por ele feitas quanto à falta de recursos financeiros de
tamanho porte, insisti no propósito do plantio e nas caatingas da
Fazenda Pau-Ferro meti mãos à obra. No começo botei quatro
trabalhadores, na semana seguinte já eram dez e assim foi crescendo
semanalmente o número de trabalhadores, e quando dei por mim já eram
cerca de cem, roçando, derrubando, coivarando, tendo à frente Dionísio
Sousa. Foi aí, então, que verifiquei que necessitava de dinheiro para
continuar o trabalho. Vim a Salvador e uma pessoa amiga indicou-me o
Instituto Central de Fomento Econômico da Bahia ( transformado no atual
BANEB) e disse-me que procurasse Efrahim Borges, a quem expus o meu
plano e solicitei um empréstimo de vinte contos de réis, o qual , depois
das formalidades bancárias exigidas, me foi concedido pelo prazo de
dois anos e seis meses. Aplicados os vinte contos de réis, o plano
exigia mais dinheiro e, assim, o Instituto emprestou-me 70 contos e mais
tarde assinei um contrato de 200 contos, quando eu já havia cercado mil
tarefas com sete fios de arame farpado e já havia plantado cem mil
covas de sisal, mudas que vieram de Feira de Santana, enviadas pela
Secretaria de Agricultura, para Serrinha e dali em viagens de
estrada-de-ferro para Queimadas, de onde eram transportadas em
carros-de-bois para a Fazenda Pau-Ferro.
Ao ter certeza do
financiamento, procurei o alemão K. Schimth para que ele estudasse uma
máquina para desfibrar sisal, trazendo para isso algumas folhas. Feita a
máquina, mas verificando a crise de gasolina, comprei um automóvel
velho, tirei o motor e construí um aparelho a gasogênio, que era muito
recomendado naquela época. Iniciada a colheita - cujas primeiras vendas
fiz a J. Bandeira - um dia bati um molho de sisal num legado e a fibra
ficou macia o que me chamou a atenção para vir ainda a K. Schimth para
que o mesmo estudasse uma batedeira. Foi feita a primeira batedeira e
tempos depois, a segunda. O exemplo estava dado.
Antes, porém, de
fazermos a primeira batedeira, inventamos um estranho engenho q era o
seguinte: providenciamos um toro roliço de madeira, fincamos duas
forquilhas na altura de 60 cm, atravessamos o toro e assim começamos o
batimento do sisal.
É este resumo do depoimento que nso prestou
Umbelino Santana, que, logo que teve mudas de sisal disponíveis,
convidava lavradores para plantar sisal, dando as mudas para plantio. Na
janela de sua residência (foto) em Queimadas colocou uma placa com os
seguintes dizeres: " Lavradores: plantem sisal. Umbelino dá as mudas.
Em 1950, Umbelino Santana iniciou vendas para a Alemanha (Gremen), em
lotes de 50 toneladas. Hoje, aqueles plantios iniciais se multiplicaram e
somam 1.500.000 covas de sisal, fora 600.000 de que dispões em
sociedade com os filhos.( dados de 1983)
Mas, não ficou somente
nisso o trabalho de Umbelino Santanapelo sisal. Fez muito mais, ao doar
terrenos de sua propriedade da Fazenda Gregório para que nelas se
instalasse um núvleo colonial à base do sisal, o que foi feito pelo
Governo Federal. ao tempo em que o Engenheiro-Agrônomo Renato Gonçalves
Martins exercia a diretoria do Serviço de Imigração e Colonização do
Ministério da Agricultura.
Queimadas que por um bom tempo foi
referência em cultura do sisal na região, hoje, este praticamente
inexiste, o que foi uma grande perda econômica para o município.
Fonte:( Nonato Marques. Santo Antônio das Queimadas. pag.75/76/77 )
Olá boa tarde, gostaria de saber se o senhor Nonato Marques tem noticia sobre uma pessoas que desapareceu desde 1970, ele era trabalhador rural no municipio de Queimadas trabalhava com a ida o sisal, o nome do desaparecido é FERNANDO CLEMENTIMO DOS SANTOS. Ele atuava nas usinas de sisal, em Queimadas, Lagoa do peixe, Santa luz . Uma outra informação que tenho é que ele nasceu na cidade de Carrapichel, por favor caso alguém tenha alguma informação sobre o paradeiro dessa entre em contanto comigo, pois se trata de uma pessoa muito importante para mim.
ResponderExcluirOlá boa tarde, gostaria de saber se o senhor Nonato Marques tem noticia sobre uma pessoas que desapareceu desde 1970, ele era trabalhador rural no munciípio de Queimadas trabalhava com a lida o sisal, o nome do desaparecido é FERNANDO CLEMENTIMO DOS SANTOS. Ele atuava nas usinas de sisal, em Queimadas, Lagoa do peixe, Santa luz . Uma outra informação que tenho é que ele nasceu na cidade de Carrapichel, por favor caso alguém tenha alguma informação sobre o paradeiro dessa pessoa entre em contanto comigo, pois se trata de uma pessoa muito importante para mim.
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